Estar é algo temporário. Não dura para sempre… É um estado pontual, um momento, uma fotografia. Estou feliz, estou bem, estou triste, estou enjoado, estou embriagado, etc. são todos estados pontuais. Hoje você está de um jeito, e logo estará de outro. Remetendo esse verbo para o nosso ambiente de trabalho, podemos observar que muitas pessoas “estão” em determinados cargos ou funções e diariamente têm que lidar com situações e até mesmo problemas com os quais não sabem resolver. Por confundir os dois verbos, e “achar que fosse” se colocam em uma situação que não é duradoura, pois ninguém consegue “enganar todo mundo (e a si mesmo) o tempo todo”! (Abraham Lincoln)
Ser remete a um estado “permanente” e atemporal (coloco permanente entre aspas por que sabemos que tudo sofre alteração). As pessoas sofrem influências externas o tempo todo que alteram a psique, o organismo e as relações sociais. Ao longo do tempo ‘estamos muitas coisas’ e nesse processo nos tornamos muitas coisas. Incorporamos habilidades e competências que nos capacitam para funções. Assim, aquele “que é” qualquer função, possui na medida certa todas as condições de lidar com as questões do dia-a-dia. Óbvio que sofrerá tensão e stress, mas também adequados ao seu momento – que existem para provocar o seu desenvolvimento e torna-lo, ao longo do tempo, um profissional mais capacitado para outras funções.
Esse entendimento é básico e primordial para o profissional de RH, e principalmente para o recrutador. Estes vivem frequentemente esse dilema… Profissionais que “acham que são” quando na verdade “só estão”. Profissionais ‘fake’ que interpretam papéis. Vestem-se como, falam como, gesticulam como, frequentam como, andam como, porém, NÃO PENSAM como, NÃO VÊEM como, NÃO OUVEM como e NÃO SENTEM como.
Existe uma ansiedade nos dias atuais quando muitos querem pular etapas, e o que antes levava 15 ou 20 anos, querem reduzir para 10, por exemplo. Infelizmente (alguns diriam felizmente), essa não é uma prerrogativa do indivíduo… O poder de apressar um processo natural – que inclusive tem sido acelerado nos últimos anos pelo forte avanço tecnológico. É preciso respeitar o seu desenvolvimento, é preciso buscar ser ao invés de estar, e ter consciência das suas capacidades. Olhe para dentro é veja o que de fato “você é” para conhecer os ‘gaps’ entre o que ”você quer ser” e de forma consistente e duradoura alcançar seus objetivos.