Modificações simples como a priorização da luz natural, o uso de cores claras e materiais de fácil limpeza estão na lista das ações que podem dar um “up” no negócio. “Mas para que a repaginada seja satisfatória, é importante se informar sobre a cadeia produtiva dos produtos e sobre o teor da responsabilidade social e ambiental da empresa, além de reutilizar e reciclar com criatividade e priorizar produtos que sejam de origem natural”, avalia Roberta Arend, bioarquiteta da Arquitetura Ambiental.
Lembre-se de que muitos encaram a sustentabilidade como uma moda. Por isso, fica muito fácil cair em armadilhas. “Elas são conhecidas por greenwash ou verniz verde, que são produtos e serviços que pegaram carona nessa onda com a intenção de aumentar as vendas, não cumprindo com os benefícios econômicos e ambientais como se espera”, completa Vicente Castro Mello, arquiteto da Castro Mello Arquitetos.
1. Mude a decoração
Para deixar o ambiente mais leve, o indicado é usar cores claras, que ajudam com a luminosidade do local por refletirem a luz. “Outra dica: faça uso de tons mais aconchegantes para que o ambiente não se torne frio demais pelo excesso de claridade”, diz Gustavo Mincarone de Souza, bioconstrutor da Arquitetura Ambiental.
Mas atenção! A pintura deve ser feita à base de água e com tintas naturais. “Você precisa pensar em todas as etapas do ciclo de vida do produto. Veja de onde os materiais vêm e pra onde vão no fim de sua vida útil”, ressalta Daniela Corcuera, arquiteta da Casa Consciente Consultoria e Arquitetura Ambiental.
Para o chão, opte por cimento queimado, ou pisos cerâmicos, bem como piso laminado de madeira. “Lembre-se de que os pisos frios são mais indicados pela durabilidade e baixa manutenção”, aconselha Daniela.
2. Faça um projeto de iluminação
Aqui vale privilegiar a iluminação natural. Se houver a possibilidade de mexer na arquitetura do espaço, uma boa aposta é avaliar a posição de janelas e portas, visando promover a redução dos ganhos térmicos pela incidência solar e pela ventilação natural, por exemplo.
Mas, se esse não for o caso, sensores de luz também ajudam nessa tarefa, automatizando e regularizando a quantidade adequada de luz para cada atividade desenvolvida. “Aposte, ainda, em lâmpadas com tecnologia LED, que são mais duráveis e econômicas e já estão mais acessíveis.
3. Cuidado com os banheiros
Eles são os grandes vilões do desperdício. Por isso, é preciso ficar atento a esse local, fazendo pequenas mudanças que darão grandes efeitos. “Aposte em equipamentos economizadores, como vasos de duplo fluxo e arejadores nas torneiras. Além disso, use produtos de limpeza biodegradáveis, com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis e de fontes naturais”, conta Daniela.E lembrem-se da importância de o banheiro receber incidência solar e ter uma boa ventilação natural para a sua salubridade!
Com relação aos papéis, nada de apostar nos mais baratos, pois essa pode ser uma economia sem resultados. “Eles devem ser de boa qualidade e absorventes, o que reduz a quantidade de uso”, pondera Daniela.
4. Aposte nas plantas
Pode parecer bobagem, mas elas causam um efeito extremamente benéfico para o ambiente de trabalho. “O seu uso traz vitalidade, frescor e renovação do ar, melhorando a qualidade do ambiente. É um excelente recurso e muito acessível”, recomenda Daniela.
Você vai precisar avaliar as condições locais para definir as espécies mais viáveis para o seu escritório, mas boas opções são lírios, antúrios, bromélias, filodendros, palmeiras, bambus e cactos. Elas ajudam, ainda, a arejar o ambiente, como explica Gustavo.
5. Use o ar condicionado com moderação
Sim, o uso desse aparelho deve ser minimizado e, na medida do possível, ele deve ser substituído por ventiladores ou pela ventilação natural. “É interessante, até, a adoção de uma cobertura vegetada, que irá trazer mais frescor e reduzirá o calor transmitido para o interior”, explica Daniela.
Caso o uso do ar condicionado seja necessário, o ideal é procurar modelos com a classificação Procel categoria A, que são mais eficientes e consomem menos energia.
6. Dê atenção especial aos computadores
Lembre-se de desligar o monitor e colocar o computador em descanso quando falar ao telefone, quando sair para almoçar ou para tomar um café. Outra boa opção é o uso de programas específicos para o controle do gasto de energia. “São sistemas de automação e monitoramento que permitem identificar dados de consumo energético, possibilitando uma maior conscientização e melhor gestão dos recursos energéticos”, conta Daniela. Um exemplo é o Joulemeter, programa simples que faz esse papel.
Preocupe-se também com a impressora, já que o desperdício nesse caso é sempre muito grande. “Reveja os formatos em que os documentos são criados, pois, às vezes, eles têm espaçamentos exagerados e fontes grandes que demandam mais papel para impressão”, aconselha Daniela.Dê preferência, também, para os equipamentos com cartuchos de tintas individuais, já que eles permitem o reabastecimento somente da cor que está acabando.
7. Pense, também, na locomoção
Se você não gosta de pegar ou dar caronas, é hora de mudar o pensamento.“Esse recurso entre funcionários deve ser encarada como um comportamento inovador e altruísta, em que as pessoas pensam além da comodidade e levam em consideração o bem-estar coletivo e a redução dos impactos ambientais”, avalia Daniela.
Criar incentivos para que os funcionários procurem alternativas de transporte mais eficientes é uma boa aposta. É possível, por exemplo, oferecer vagas de estacionamento para veículos com mais de um passageiro ou para carros com motor flex, os híbridos ou os elétricos.
Oferecer um pequeno vestiário para quem optar pelo uso da bicicleta para a troca de roupas é outra boa dica, além de poder recompensar financeiramente quem se preocupa com essa questão”, recomenda Mello.